Pesquisar

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Resenha : O livro dos vilões .

 * Resenha  : O livro dos vilões .
Título: O livro dos vilões
Autores: Carina Rissi; Cecily von Ziegesar; Diana Peterfreund; Fábio Yabu
Editora: Galera Record
Número de páginas: 320
Classificação pessoal: ♥♥♥♥♥ (muito bom)
Assuntos abordados: narcisismo, vaidade, aparências, relações familiares, preconceito, contos de fadas
Ideal para ler... Durante as férias ou fim de semana, na beira da piscina e em momentos de descontração.
Antes do ‘E viveram felizes para sempre’ foi preciso que algumas magias e feitiços fossem quebrados. Foi preciso que planos, esforços e maldades virassem lutas, beijos verdadeiros no meio da floresta e casamentos. ‘... e todos foram felizes para sempre.’ Seis palavras que ecoavam tal qual uma canção satânica e pegajosa em sua mente. (Fábio Yabu, página 225) Mas, antes disso, ‘Era uma vez’ a arrogância e a vaidade dos vilões, verdadeiros protagonistas das histórias... Não fossem os castelos, as princesas e o baile à meia noite (que roubaram toda a cena!). O Baile de Solstício de Verão do Elite Club era o evento mais esperado da temporada e atraía a crème de la crème da alta sociedade jovem. (Cecily von Ziegesar, página 22)
O que eu realmente quero dizer é que em ‘O livro dos vilões’, as pessoas más são mesmo protagonistas das histórias. Quatro narrativas clássicas são recontadas com criatividade e foco nos vilões, por dois escritores estrangeiros (Cecily von Ziegesar e Diana Peterfreund) e dois brasileiros (Carina Rissi e Fábio Yabu).

O livro é composto por quatro contos
• #Stepsisters - sobre sapatos e selfies, da Cecily von Ziegesar
• Menina Veneno, da Carina Rissi
• Quanto mais afiado o espinho, da Diana Peterfreund
• A menina e o Lobo, do Fábio Yabu

Que correspondem aos contos, respectivamente,
• Cinderela
• A Branca de Neve
• A Bela Adormecida
• Chapeuzinho Vermelho
Cinderela: #Stepsisters - sobre sapatos e selfies
O conto que introduz o livro traz a história de irmãs supervaidosas que amam praia, moda e sapatos, mas odeiam a meia-irmã, mais tímida e inteligente (que acaba sendo uma quase ‘escrava’ delas).  A escrita da autora nos leva a acreditar que a narrativa se trata de algo ‘fútil’ pelo tema [vaidade, moda, luxúria] e pelos ‘exageros’ no comportamento das personagens vilãs. Mas esses são justamente os pontos de humor do conto! — Meu nome é Cinderellalatté. Com acento no último ‘e’. — Seu queixo tremeu. Seu novo nome parecia uma nova bebida de café batido da Starbucks. (Cecily von Ziegesar, página 27)

A Branca de Neve: Menina Veneno
Narrada pela madrasta que usa um app de medir beleza e é ligada a fórmulas e produtos químicos, ‘Menina Veneno’ reconta Branca de Neve com muita originalidade, mas sem perder o foco. Este foi o conto melhor trabalhado e desenvolvido [o mais fiel] em cima dos detalhes da história original entre as narrativas de ‘O livro dos vilões’. Perambulei um pouco enquanto checava o terreno. Nem sinal de Bianca e seus sete ‘amigos complicados’. (Carina Rissi, página 134)
A Bela Adormecida: Quanto mais afiado o espinho
Indo pra uma versão mais ‘humanizada’, ‘Quanto mais afiado o espinho’ tem temáticas bem características de uma literatura jovem: romance, relações sociais, escolhas e bullying na escola. Queria roubar sua noite especial, mas desejos são coisas afiadas e espinhosas, e não percebi quão fundo os meus poderiam ferir. (página 220)

Chapeuzinho Vermelho: A menina e o Lobo
O desfecho do livro é bastante criativo na forma e conteúdo do texto. Apesar de recontar ‘Chapeuzinho Vermelho’, a narração ‘A menina e o Lobo’ interage com outras histórias clássicas e a forma como é contada varia do normal ‘texto corrido’. Há algumas partes em que o autor a conta por notícias de jornal e portais, e mesmo uma home page do Twitter. Por usar linguagens e formatos diferentes de escrita, o resultado fica bem completo e interessante. Durante minha curta estada com Clara, a cada noite a paleta do Universo me era revelada. Cada um dos nossos encontros adicionou mais cor não apenas ao meu coração, mas ao mundo à minha volta. (Fábio Yabu, página 302)
Fui surpreendida (positivamente) por ‘O livro dos vilões’, uma opção bastante descontraída e própria para viagens. A leitura depende, é claro, do envolvimento com cada conto/ autor. Alguns momentos certamente podem ser mais fluidos do que outros, dependendo da identificação com as histórias. O que no meu caso aconteceu principalmente com Menina Veneno, da Carina Rissi (meu conto preferido). Mas o tempo não volta, assim como nossas atitudes, e tudo que se pode fazer é aprender a conviver com nossas escolhas. (Carina Rissi, página 156) ‘O livro dos vilões’ é um convite divertidíssimo ao ineditismo de explorar a parte sinceramente má dos tão conhecidos contos de fadas. ♥

Qual vilão é o seu preferido?

Você provavelmente já escutou essa história antes, mas com certeza não ouviu a verdadeira história. Não que eu possa culpá-lo por isso. A imprensa adora transformar alguém em vilão. Ou vilã, como é o caso. (Carina Rissi, trecho do livro ‘O livro dos vilões’, página 57)

Nenhum comentário:

Postar um comentário