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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Resenha : Como ser uma mulher .

* Resenha : Como ser uma mulher .
Título: Como ser mulher: um divertido manifesto feminino
Autora: Caitlin Moran
Editora: Paralela
Número de páginas: 240
Crescemos assistindo a contos de fadas, os quais princesas são referências de beleza e conduta. Porém, na década que passou, o que vimos foram magias, personalidades e características mudarem: de ‘Cinderelas’ à princesas ativas, corajosas e lutadoras. Princesas que salvam príncipes. Fionas. Talvez, um pouco mais como nós. Em uma linguagem direta e descontraída, a autora Caitlin Moran resgata lembranças e situações de sua própria vida para falar sobre princesas, mas também detalhes típicos da vida de uma mulher (e as dificuldades de uma ‘verdadeira’ princesa): menstruação, mudanças no corpo, amor, casamento, gravidez, filhos. Um relato bastante abrangente de todas às vezes em que eu tinha muito pouca ou, em muitos casos, nenhuma ideia... de como ser mulher. (página 16)
É realmente muito importante que você diga essas palavras em voz alta. “SOU FEMINISTA”. Se você acha que não consegue — nem mesmo com os pés nos chão —, eu ficaria preocupada. Essa é provavelmente uma das coisas mais importantes que uma mulher tem a dizer na vida, além de “Eu te amo”, “É menino ou menina?” e “Não! Eu mudei de ideia! Não corte a minha franja!”. (página 56)
Caitlin Moran, a autora, é jornalista britânica e colunista no jornal inglês The Times. Caitlin, durante o livro, respeita uma linearidade dos fatos e experiências reais (da sua infância à fase adulta), passando por momentos em que foi considerada pouco feminina (na adolescência), e todo o processo de reconhecer-se e, principalmente, defender a sua feminilidade. Com opinião formada e bom humor, ela também aborda temas mais fortes como masturbação, sexo e aborto. Ao final de ‘Como ser mulher’, no ‘Pós-escrito’, faz uma conclusão muito bem posicionada que fica clara a noção de ‘ser feminista’: muito além da queima de sutiã, o ‘ser feminista’ está na defesa e na busca por mais mercados, poder de escolha e variedade. Quero que as mulheres tenham mais do mundo para si, não só porque seria justo, mas porque seria melhor. (página 230)
‘Como ser mulher’ traz à tona particularidades e questões da modernidade que abrem os nossos olhos para uma reflexão mais aprofundada sobre o assunto. Confesso que livros assim, trabalhados em cima de relatos reais, são mais cansativos para mim. Exigem mais tempo, porque a leitura não é tão fluida, apesar dos pontos acentuados de humor (e isso, de novo, sob o meu ponto de vista!). Mas, apesar disso, tudo fica mais interessante pela naturalidade da autora. Aos 35 anos, tenho duas filhas, paguei metade da hipoteca da minha casa, fiquei bêbada com Lady Gaga, preparo meu próprio guacamole, consigo fazer trinta segundo da parte fácil da dancinha de “Single Ladies”, tenho duas opiniões contrárias a respeito da globalização, sei fazer a manobra de Heimlich e uma vez fiz 420 pontos nas palavras-cruzadas. (página 155) As histórias um tanto malucas, os dramas e as lembranças de Caitlin se encontram em um ponto-chave do livro: a honestidade. Há um tom realístico e ‘pé no chão’ em sua opinião que me agrada muito, além das questões tão importantes trabalhadas e bem desenvolvidas. 

Vocês curtem leituras com relatos reais? Já leram algum livro com a mesma abordagem/ tema?

O que é feminismo? Simplesmente a crença de que as mulheres devem ser tão livres quanto os homens, por mais loucas, burras, delirantes, malvestidas, gordas, retrógradas, preguiçosas e presunçosas que sejam. Você é feminista? Há, há, há. Claro que sim. (Caitlin Moran, trecho do livro ‘Como ser mulher’, página 68)

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