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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

* Resenha Annie .

* Resenha Annie .
[Seja como for, o sol vai sair amanhã. Aposte seu último centavo nisso. -página 192]
Título: Annie — O clássico que encantou gerações
Autor: Thomas Meehan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 208
Classificação pessoal: ♥♥♥♥♥ (excelente)
Assuntos abordados: esperança, família, solidariedade, amor, perseverança, história (Grande Depressão de 1933 - EUA).
Ideal para ler... Em qualquer dia do ano.
Ligada à esperança de conhecer seus pais biológicos, Annie mantinha as suas forças quase intactas: lutava contra os maus tratos da diretora do orfanato -- e mesmo fora dele, quando ia para a escola e tinha de lidar com crianças ‘mimadas’. É que Annie, a personagem central do livro de mesmo nome, tem onze anos e sonha com o reencontro de sua família. Mas sua característica mais marcante eram os brilhantes olhos azul-cinzentos, que estranhamente pareciam refletir, ao mesmo tempo, um tristeza profunda, uma alegria incontrolável e uma incrível inteligência. O nome dela era Annie. (páginas 13-14)
Deixada com apenas dois meses de idade na escadaria de um orfanato, em New York, Annie trazia consigo um medalhão pela metade no pescoço, um bilhete dos pais que diziam que iriam voltar para buscá-la e uma esperança que nunca acabou. Durante anos a menina viu aquele lugar se encher de outras órfãs e com o tempo ela enchia-se, também, mas de determinação e força. De tempos em tempos, ela olhava, ansiosa, para um dos lados da rua, depois para o outro. Esperava que alguém fosse buscá-la. Que a tirassem do orfanato. No entanto, ninguém aparecia. Magra e um pouco baixa para sua idade, a menina tinha um nariz levemente arrebitado e uma juba indomável de cabelo ruivo e curto. (página 13) 
O clímax da história é marcado pelo momento em que a pequena Annie decide fugir do orfanato para buscar os seus pais por conta própria -- ou encontrar alguma pista que a leve até eles (e isso não é spoiler!!! Ok?).— Não me importo. Vou embora daqui. E estou pronta. Vou agora. Desejem-me sorte. (página 41)Decidida a reverter a sua sorte, a garota contava com a dificuldade de passar pela durona diretora do orfanato Srta. Hannigan. — Levante-se, sua órfãzinha ridícula. Você sujou todo o seu vestido limpo — gritara a Srta. Hannigan, uma mulher magra com maçãs no rosto salientes e cabelo curto muito preto. (página 21) Mas os contratempos estavam apenas começando... Ao sair de seu ‘abrigo’, o orfanato, Annie encontraria muita coisa pela frente. Isso porque, a crise econômica em que viviam os Estados Unidos deixava muitos à mercê da fome e do desemprego. Um dos pontos interessantes da narrativa é a ‘interação’ de uma criança com problemas assim.
Inspirada na tirinha de jornal ‘Annie, a pequena Órfã’, que se tornou popular nos EUA em 1924 e que posteriormente daria vida a um musical com estreia na Broadway em 1977, o livro ‘Annie’ tem contexto histórico bastante delimitado em sua narrativa: a Grande Depressão de 1933, quando Franklin D. Roosevelt se tornou presidente pela primeira vez. Quando morava no orfanato, Annie aprendera que New York — e todos os Estados Unidos — estava em meio a uma coisa chamada Depressão. Mas Annie não sabia que a Depressão era o pior desastre econômico da história do país. (página 49)
Cercada por otimismo e dificuldades no olhar de uma criança, ‘Annie’ é uma leitura prazerosamente surpresa. — Não, Annie, não nos conte. Aqui, no fundo do poço da vida, a gente não faz perguntas a ninguém sobre nosso passado nem sobre nosso futuro. Só tentamos ajudar uns aos outros a aguentar o presente. (página 79) A personagem principal, por alguns traços e falas, me lembrou 1) ‘Pollyanna’ (de Eleanor H. Porter, um dos meus livros preferidos) e 2) Legião Urbana, especialmente o trecho da música ‘Mais uma vez’ (‘Mas é claro que o sol vai voltar amanhã / Mais uma vez, eu sei’). ‘Annie’ é uma mensagem de esperança, amor e renovação; um clássico que deve ser relido e relembrado ao longo dos anos para evitar que os sonhos se apaguem e que o sol deixe de brilhar. O sol sempre volta. ♥

Vocês já leram alguma história com reflexão ou mensagem de esperança?

— Acho que essa é a melhor coisa da vida — sussurrou Annie para si mesma ao cair no sono. — A gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã. (Thomas Meehan, trecho do livro ‘Annie’, página 124) 

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